Pôr-do-sol segundo Saldanha e Lenine

Marcus Saldanha poeta, jornalista e historiador nascido no Maranhão hoje nos trás, um dos mais belos poemas que eu já ouvi. O poema se chama "Pôr-do-sol" e foi vencedor no Festival de Poesia falada de 1998. Hoje eu estava lendo o poema e percebi uma incrível semelhança entre a poesia e a musica do pernambucano Lenine. Curtam aí e vejam como o pôr-do-sol continua nos inspirando!

PÔR-DO-SOL

O sol põe-se sob o rio.
A medida que mergulha,
os olhos fecham-se (os meus e os teus).
Como nem todo lugar tem luz artificial,
fica uma escuridão absoluta.
Daí em diante, fica difícil movimentar-se.
Então descobre-se que os sentidos nem sempre estão aguçados.
Acentua-se o medo, a solidão.

Leva tempo dominar os sentidos
ou pelo menos, alguns deles.
A única imagem na cabeça que se perpetua
está desfocada.
Então descobre-se que não prestou a atenção devida.
Quando o sol se põe,
tem-se a certeza que ele nascerá novamente.
Já o amor é incrivelmente incerto.

(Marcus Saldanha. 12 Ferstival de Poesia Falada, 1998. UFMA - São Luís-MA)



Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Procuras o que?